O Papa Francisco é conhecido por suas contundentes visões políticas e suas posições muito claras em relação à economia – reforçada na recente encíclica “Laudato Si´” e na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. Na primeira, expressou sua posição avessa aos governos mais alinhados com a economia de mercado através do uso de efeitos retóricos como “mercado divinizado” e “concepção mágica do mercado”. Na segunda, criticou aqueles que “supõem que o crescimento econômico, estimulado por um livre mercado, irá inevitavelmente produzir maior igualdade e inclusão social no mundo. Esta opinião, que nunca foi confirmada pelos fatos, exprime uma confiança vaga e ingênua na bondade daqueles que detêm o poder econômico e nos mecanismos sacralizados do sistema econômico reinante”.
Duro combatente dos governos mais propensos a respeitar a economia de mercado, ao sobrevoar o espaço aéreo da Venezuela, em viagem ao Equador neste domingo, o Papa deixou uma mensagem de apoio ao presidente Maduro, através de um telegrama:
“Ao sobrevoar o território venezuelano para dar início a minha visita pastoral ao Equador, Bolívia e Paraguai, de bom grado envio uma cordial saudação a Vossa Excelência, manifestando meu afeto e proximidade ao povo venezuelano, no momento em que peço ao Senhor abundantes graças que o ajudem a progredir cada vez mais na solidariedade e na convivência pacífica.”
Maduro é conhecido por misturar política e religião – e especialmente comparar Hugo Chávez com Jesus Cristo. Foi assim que o atual presidente venezuelano o lembrou, quando afirmou que um rosto seu apareceu num túnel de metrô em Caracas.
Antes disso, Maduro já o havia comparado a Cristo. Primeiro, disse que “se há um homem que passou por esta Terra e que tenha mérito suficiente para que o Cristo Redentor lhe desse um assento ao seu lado, este foi o nosso redentor e libertador do século XXI, o comandante Hugo Chávez”, depois que “Cristo Redentor fez-se carne, fez-se nervo, fez-se verdade em Chávez”. No meio disso tudo, afirmou que Chávez lhe apareceu como um passarinho.
Quando o Papa Francisco foi eleito, Maduro se pronunciou que essa era obra de Chávez.
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