sábado, 10 de agosto de 2019

MOSCOU: Rússia admite que explosão misteriosa de foguete matou funcionários de agência nuclear

Declaração aumenta as suspeitas de que o acidente que deixou no mínimo cinco mortos pode ter envolvido um míssil de cruzeiro movido a energia atômica.
Foguete russo lançado no Mediterrâneo em agosto de 2016 Foto: Ministério da Defesa da Rússia/Reuters
A agência estatal nuclear da Rússia reconheceu pela primeira vez, neste sábado, que funcionários da sua equipe foram envolvidos em uma explosão durante teste do motor de um foguete que causou um pico de radiação em uma cidade próxima. A declaração aumenta as suspeitas de que o acidente pode ter envolvido um míssil de cruzeiro movido a energia nuclear.
A agência Rosatom afirmou que as cinco pessoas que morreram na explosão eram integrantes da sua equipe, e que o acidente envolveu “fontes de energia isotópicas”, sem dar mais detalhes.

A Rússia não explicou oficialmente porque a explosão do motor de um foguete próximo ao Mar Branco, no norte da Rússia, causou a liberação de radiação.

Inicialmente, o Ministério da Defesa da Rússia, citado por agências estatais de notícias, disse que duas pessoas morreram e seis ficaram feridas na quinta-feira em uma explosão, supostamente do motor de um foguete de propulsão por combustível líquido, e que nenhuma substância perigosa foi liberada.

Uma porta-voz de Severodvinsk, uma cidade de 185 mil habitantes próxima ao local de testes na região de Arkhangelsk, foi citada em um comunicado no site municipal dizendo que um pico "breve" de radiação de fundo foi registrado ao meio-dia de quinta-feira. A declaração não estava no site na sexta-feira.

A Rosatom disse que o combustível do foguete pegou fogo depois do teste, causando a detonação, e a explosão jogou várias pessoas ao mar,.

“As buscas continuam enquanto houver esperança de encontrar sobreviventes”, disse a Rosatom, segundo a agência Interfax.


Não houve mais detalhes sobre o foguete ou o tipo de combustível.

Dois especialistas disseram em entrevistas separadas à Reuters que uma explosão de um foguete de propulsão por combustível líquido não liberaria radiação. Ambos disseram que suspeitavam que a explosão e a liberação de radiação resultaram de um acidente durante o teste de um míssil de cruzeiro movido a energia nuclear em uma instalação fora da vila de Nyonoksa.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, jactou-se do míssil de cruzeiro movido a energia nuclear em um discurso de março de 2018 dirigido ao Parlamento russo, no qual elogiou o desenvolvimento de uma série de novas armas estratégicas. O míssil, disse ele, foi testado com sucesso no final de 2017, tinha "alcance ilimitado" e era "invencível contra todos os sistemas de defesa antimísseis e de defesa aérea existentes e futuros".

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