quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Noruega paralisa repasses para o Fundo Amazônia

Ministro do Clima e Meio Ambiente anuncia suspensão de R$ 130 milhões para o Brasil.

Imagem registra devastação no Pará Foto: Raphael Alves/AFP/13-10-2014

O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega , Ola Elvestuen, anunciou nesta quinta-feira a suspensão dos repasses de 300 milhões de coroas norueguesas, o equivalente a R$ 133 milhões, que seriam destinados ao Fundo Amazônia .
Segundo o jornal norueguês "Dagens Næringsliv" (DV), especializado em negócios, o governo local estaria insatisfeito com a nova configuração dos comitês do Fundo , que está sendo discutida em Brasília. A Noruega e a Alemanha já se declararam contrárias às mudanças .

Criado em 2008, o Fundo Amazônia recebeu, até hoje, R$ 3,3 bilhões em doações, sendo que 93% da quantia (R$ 3,18 bilhões) veio da Noruega. O volume de repasses é condicionado ao índice de desmatamento—- quanto maior for seu avanço, menores são as verbas obtidas.
Floresta amazônica delimitada pela terra desmatada para o plantio de soja, no Mato Grosso, em outubro de 2015. Números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que desmatamento na Amazônia em junho cresceu quase 60% em relação ao mesmo período em 2018Flagrante de queimada criminosa da floresta durante a "Operação Onda Verde", conduzida por agentes do Ibama, para combater a extração ilegal de madeira em Apui, no sul do estado do Amazonas, em agosto 2017 Ibama verificam árvore derrubada em área desmatada durante a "Operação Onda Verde" para combater a extração ilegal de madeira em Apui, região sul do Amazonas, em agosto de 2017 Mina ilegal de ouro, localizada em área de floresta amazônica desmatada, perto da cidade de Castelo dos Sonhos, no Pará, em 22 de junho de 2013. Só no último mês de junho, segundo o Inpe, a floresta perdeu 762,3 km² de mata nativa, o equivalente a duas vezes a área de Belo Horizonte Terra Indígena Karipuna, localizada nos municípios de Nova Mamoré e Porto Velho, no estado de Rondônia, registrada em junho de 2018. Destruição do território tem crescido de forma rápida desde 2015 pela invasão ostensiva de madeireiros e grileiros

Indígena Karipuna Aripã em pé sobre tronco cortado em área desflorestada no interior da reserva de Karipuna. Ratificada em 1998, a reserva, com 152.930 ha, sofre constantes invasões de madeireiros ilegais
 -Desmatamento no limite da terra indígena Karipuna, em Rondônia, em 3 de setembro de 2018. Números do Inpe levam em conta desmatamentos com solo exposto, vegetação remanescente e derrubadas resultantes de atividades ligadas à mineração Homem carrega uma motosserra após cortar ilegalmente uma árvore da floresta amazônica virgem dentro do Parque Nacional Jamanxim, perto da cidade de Morais Almeida, no Pará, em 24 de junho de 2013. No acumulado de 2019, de acordo com o Inpe, o Brasil viu uma redução de aproximadamente 1,5 vez o território da cidade de São Paulo: 2.273,6 km². Pior registro desde 2016 Nuvem de fumaça durante queimada de uma área da floresta amazônica para limpar a terra para agricultura, perto de Novo Progresso, Pará, em setembro de 2013. Apesar de considerados válidos e comprovados pela comunidade científica nacional e internacional , dados do Inpe foram postos em dúvida em uma ocasião pelo ministro do Meio Ambiente, Homem contratado por madeireiros para cortar árvores na floresta amazônica age com auxílio de um veículo pronto para arrastar um tronco no Parque Nacional Jamanxim, perto da cidade de Novo Progresso, Pará, em 21 de junho de 2013.

Oficial da Polícia Ambiental inspeciona pilha de árvores extraídas ilegalmente durante a operação "Hileia Pátria", contra serrarias e madeireiras ilegais na reserva indígena Alto Rio Guamá, em Nova Esperança do Piriá, Pará, em 26 de setembro de 2013. Operação "Hileia Pátria", realizada em setembro de 2013, apreende árvores que foram ilegalmente desmatadas da floresta amazônica na reserva indígena Alto Rio Guamá. Nova Esperança do Piriá, no Pará Campo de carvão ilegal no município de Goianésia, registrado em 31 de outubro de 2011.

— O Brasil rompeu o acordo com a Noruega e a Alemanha desde o fechamento da diretoria do Fundo Amazônia e do Comitê Técnico. Eles não podem fazer isso sem acordo com a Noruega e a Alemanha.

O ministro indicou que, nos últimos meses, os índices de devastação da Amazônia se multiplicaram em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com ele, isso mostraria que o governo brasileiro "não quer mais parar" o desmatamento.

A comunidade científica, segundo Elvestuen, está preocupada que o desmatamento leve o bioma a um "ponto de inflexão" — a devastação seria tamanha que afetaria a formação de chuvas, provocando a destruição de toda a floresta.

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