quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Parlamento austríaco aprova veto ao acordo entre Mercosul e UE, citando queimadas na Amazônia

Mas moção pode não ter efeito prático porque Áustria terá eleições este mês e tratado só será ratificado em 2020.
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O parlamento austríaco aprovou na quarta-feira uma moção rejeitando a proposta de um pacto de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul . Quase todos os partidos do subcomitê da UE do parlamento austríaco, com exceção dos liberais NEOS, que apoiam o acordo com ressalvas, votaram contra o projeto de livre comércio entre o bloco europeu e os quatro países latino-americanos.
Os parlamentares austríacos citaram as queimadas na Amazônia como motivo para a moção contra o acordo com o Mercosul. Apesar de ser uma demonstração política forte, a moção pode ter poucos efeitos práticos.

Atualmente, a Áustria é governada por um governo tecnocrata e, no fim deste mês, os austríacos vão às urnas e a composição do governo pode mudar. O acordo entre Mercosul e União Europeia, anunciado em junho , está neste momento na fase de revisão jurídica e só deve ficar pronto para a assinatura das partes no início de 2020.
Ativista segura placa com a frase "Não à queima da Amazônia" durante protesto contra as queimadas na Amazônia em frente ao consulado brasileiro em Cali, Colômbia.
Ativistas da Rebelião da Extinção protestam em Amsterdã pedindo proteção para a floresta amazônica. desmatamento e do fogo. Números oficiais mais recentes mostram que mais de 76 mil incêndios florestais foram registrados no Brasil até o momento. Manifestante caracterizada como indigena no protesto em Amsterdã, Holanda Manifestação do grupo Rebelião da Extinção em frente à embaixada brasileira em Londres contra o desmatamento e queimadas na floresta amazônica Manifestante segura cartaz que diz "pare de negar que nosso planeta está morrendo" durante manifestação no centro de Londres.

Manifestante com cartaz que diz "Bolsonaro, temos carne!" participa de manifestação em frente à embaixada brasileira em Londres. Esta é a segunda vez que a embaixada em Londres é alvo de protesto de ativistas Na Índia também há registros de protestos. Em frente ao Consulado-Geral do Brasil em Mumbai, manifestantes protestam pela preservação da floresta amazônica e contra o desmatamento e incêndios Protesto em frente ao Consulado-Geral do Brasil em Mumbai, Índia, pela preservação da Amazônia Em frente à embaixada do Brasil em Paris, França, ativistas com os corpos pintados de vermelho, simbolizando sangue, protestam contra o dematamento e as queimadas na floresta amazônica. Manifestantes erquem cartazes com os dizeres "Ore pela Amazônia" e "É uma parte de cada um de nós que queima" durante protesto em Paris, na França, em frente à embaixada brasileira.

Protesto em Biarritz, França, onde acontece o encontro do G7, contra o desmatamento e incêndios na floresta amazônica. O G7 reúne os sete países com a economia mais avançadas do mundo, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em frente ao Consulado Geral do Brasil em Nova York, EUA, ativista levanta uma placa para protestar contra o governo do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, pelos incêndios na floresta amazônica. Manifestantes em Berlim, na Alemanha, exibem cartazes durante uma manifestação contra o desmatamento na Amazônia e as políticas ambientais do governo Bolsonaro. Incêndios na Amazônia constituem uma "situação urgente" que deve ser discutida durante a cúpula do G7 este final de semana, disse a porta-voz da chanceler Angela Merkel. Em Berlim, na Alemanha, manifestante se caracterizou de indígena e levou cartaz de S.O.S, símbolo internacional de socorro, pedindo pela proteção da Amazônia. Ativistas climáticos em manifestação em Barcelona contra incêndios na Amazônia.

Ativistas exibem cartaz com a inscrição "Pare o genocídio dos povos indígenas" durante uma manifestação em Barcelona. Ativistas participam de um protesto do lado de fora da embaixada do Brasil em Nicósia, Chipre Manifestantes na Piazza Castello, em Turim, na Itália, participam de protesto organizado pelos ativistas das mudanças climáticas "Sextas-feiras para o futuro" sobre os incêndios na floresta amazônica. Manifestantes na Piazza Castello, em Turim, na Itália. A blogueira cubana Yadira Escobar, que reside em Miami, na Flória, se junta a ativistas como que protestam pela proteção da floresta amazônica em frente ao consulado brasileiro em Coral Gables 
"A floresta tropical é incendiada na América do Sul para criar pastagens e exportar carne com desconto para a Europa", afirmou Elisabeth Koestinger, ex-ministra da Agricultura do Partido Popular conservador, em comunicado divulgado após a votação de quarta-feira. "A UE não deve recompensar isso com um acordo comercial."

O Brasil enfrenta a pressão de países europeus sobre suas políticas ambientais e uma onda de incêndios florestais na Região Amazônica .

Na quarta-feira, mais de 200 investidores institucionais, que têm juntos US$ 16 trilhões em ativos sob gestão, incluindo a Amundi, maior gestora de recursos da Europa, divulgaram um manifesto no qual pediram às empresas que implementem políticas contra o desmatamento em suas cadeias de fornecimento.

A oposição europeia ao pacto aumentou com os incêndios na floresta amazônica. Em agosto, o presidente francês Emmanuel Macron classificou o presidente do Brasil como mentiroso antes da reunião do Grupo dos Sete no mês passado e ameaçou bloquear o acordo . Grã-Bretanha e Alemanha criticaram a decisão do presidente francês, Emmanuel Macron, afirmando não ser a resposta apropriada. Assim como Macron, o primeiro-ministro da Irlanda ameaçou votar contra o acordo comercial entre UE e Mercosul se o Brasil não respeitar seus "compromissos ambientais" .

Reação no Mercosul

Argentina e Brasil minimizaram o significado da votação do parlamento austríaco. Em Buenos Aires, uma fonte familiarizada com o pensamento do governo, mas que não estava autorizada a falar oficialmente, apontou que os estados membros da União Europeia haviam questionado o recente acordo comercial do bloco com o Canadá, mas essa oposição acabou sendo superada.

Em Brasília, um alto funcionário do governo, que também não quis ser identificado, disse que, como o acordo UE-Mercosul ainda não foi assinado, qualquer decisão agora não tem efeito real.

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