quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Menino fica com braço ‘invertido’, e mãe faz apelo para conseguir cirurgia em hospital público: ‘Ele sente dor’


Uma frentista faz um apelo para que o filho pequeno passe por uma cirurgia corretiva no braço esquerdo em um hospital público de Manaus, no Amazonas. Moradora do bairro Armando Mendes, na Zona Lesta da cidade, Keyde Martins Lima, de 28 anos, conta que o menino, Railson Lima, de 8, ficou com parte do membro virado ao contrário após sofrer um acidente doméstico há cinco anos. Desde então, ele sente dores e tem dificuldades para fazer algumas tarefas na escola. A mulher diz ainda que, apesar da gravidade do caso, ainda não conseguiu definir a data da operação na Fundação Hospital Adriano Jorge, onde o caso do paciente é acompanhado.

— Ele caiu da escada de casa quando tinha três anos. Na época, foi o pai que levou ele ao Hospital da Criança João Lúcio. O ortopedista olhou meu filho, engessou o braço dele e disse para seguirmos o acompanhamento no Hospital Adriano Jorge. O menino ficou cerca de sete dias com o braço engessado, quando fomos até esse hospital. O médico fez um exame de raio-X e disse que precisaria tirar o gesso na hora, mas não explicou o motivo. Ele nos aconselhou a seguir o tratamento com fisioterapia. Mas o braço do meu filho estava ao contrário — explicou Keyde. Ainda segundo a frentista, esse mesmo ortopedista disse apenas após “muito tempo” que o menino precisaria ser operado, mas quando tivesse mais velho, com sete anos.

Durante todos esses anos, a mãe conta que levou o menino até a unidade de saúde para ser monitorado. Há cerca de um ano, quando menino fez sete anos, ela cobrou novamente dos médicos uma cirurgia para ajudar o filho. Ela, na ocasião, decidiu procurar a avaliação de outro especialista na unidade.

— Esse outro ortopedista me disse que meu filho já deveria te sido operado há muito tempo, na época em que sofreu o acidente — disse Keyde. — Já tem cinco meses que a gente deu nossos dados no hospital para que ele faça a cirurgia, mas até agora nada.

A mulher conta que a situação do filho a deixa assustada e pede ajuda para apressar a realização da cirurgia corretiva.

— Ele não tem muito movimento no braço esquerdo. O bracinho dele não estica. Em alguns movimentos que ele faz, ele sente dor. Em muitas coisas na escola ele sai prejudicado — diz a mãe.

Menino se acidentou com três anos
Sindicância vai apurar o caso

A Secretaria do Estado de Saúde do Amazonas informou, em nota, que a Fundação Hospital Adriano Jorge “irá abrir sindicância, para avaliar todos os procedimentos adotados e verificar se houve falha” no atendimento ao menino. A unidade explicou ainda que “a mãe e responsável pelo paciente Railson Lima de Lima foi esclarecida, desde o primeiro atendimento na unidade, sobre o tipo de acompanhamento a ser feito no caso da criança e a impossibilidade, por causa da idade e do processo de maturação óssea, de realizar cirurgia imediata”.

Confira a nota da unidade na íntegra:

“A Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ) esclarece que Sra. Keithy Martins Lima, mãe e responsável pelo paciente Railson Lima de Lima, foi esclarecida, desde o primeiro atendimento na unidade, sobre o tipo de acompanhamento a ser feito no caso da criança e a impossibilidade, por causa da idade e do processo de maturação óssea, de realizar cirurgia imediata. A FHJA explica que o tratamento para a sequela de fratura do cotovelo, denominada de Cúbito Varo – a segunda mais frequente entre crianças e adolescentes – é cirúrgico.

No entanto, devido ao desenvolvimento ósseo que a criança ainda terá, a primeira parte do tratamento é de acompanhamento anual, para definição do melhor momento cirúrgico. Ressalta, ainda, que esta avaliação, do melhor momento cirúrgico, pelo especialista, inclui a idade óssea, tempo de fratura e grau de deformidade, sendo este último analisado por um conjunto de fatores, entre eles, a perda de movimentos, grau de angulação e possível lesão neurológica. Todos estes fatores foram analisados pelos especialistas desde o primeiro atendimento, no dia 14/04/15, e retornando nos dias 21/05/15 e 23/07/15. No último atendimento, foram solicitados os exames pré-operatórios.

A unidade não tem registro do retorno do paciente, para entrega dos exames. A Secretaria Estadual de Saúde (Susam), ao tomar conhecimento do caso, orientou a direção da FHAJ a entrar em contato com a mãe do paciente e solicitar que retornem à unidade, nesta quinta-feira (14/01), para atendimento médico com o especialista. Além disso, irá abrir sindicância para avaliar todos os procedimentos adotados e verificar se houve falha”.

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