quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Venda no varejo cai em novembro na comparação com o mesmo mês de 2014.

Foi a oitava taxa negativa seguida nesta forma de comparação, segundo o IBGE.
Os resultados continuam negativos para o volume de vendas no acumulado 
de janeiro a novembro de 2015 e nos últimos 12 meses.

As vendas no varejo brasileiro caíram 7,8% em novembro do ano passado em relação ao mesmo mês de 2014, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foi a oitava taxa negativa seguida nesse tipo de comparação e a mais acentuada desde março de 2003 (-11,4%).

Com isso, os resultados permanecem negativos para o volume de vendas no acumulado de janeiro-novembro de 2015 (-4,0%) e para os últimos 12 meses (-3,5%).

Em relação à receita nominal, para essas mesmas comparações, mantém-se no campo positivo, com variações de: 1,4% (novembro/2015 em relação a novembro/2014); 3,3% (acumulado em 2015) e 3,6% (acumulado nos em 12 meses).

Carros e motos

Quanto ao comércio varejista ampliado, que, além do varejo, inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, nas comparações que envolvem o ano anterior, o volume de vendas apresentou resultados negativos, com quedas de 13,2% em relação a novembro de 2014, a mais acentuada da sua série histórica, recuo de 8,4% no acumulado do ano e de 7,8% no acumulado dos últimos 12 meses.

A receita nominal, por sua vez, também apresentou decréscimo sobre novembro de 2014 (-5,4%), acumulando nos períodos janeiro-novembro e nos últimos 12 meses variações de -1,8% e -1,3%, respectivamente.

Setores

Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor varejista mostrou queda de 7,8% em novembro de 2015, com perfil disseminado de resultados negativos entre as atividades que compõem o comércio varejista.

Entre as atividades, a redução no volume de vendas em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,7%) exerceu o principal impacto negativo na formação da taxa geral, seguido por móveis e eletrodomésticos (-14,7%); tecidos, vestuário e calçados (-15,6%) e combustíveis e lubrificantes (-12,0%).

Esses quatro setores juntos respondem por mais de 90% do resultado global para o varejo. As demais atividades que registraram taxas negativas praticamente não tiveram influência significativa no resultado interanual do volume de vendas em novembro: outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,8%), livros, jornais, revistas e papelaria (-18,6%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,6%).

Por outro lado, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com avanço de 2,0% frente a novembro de 2014, foi o único a exercer pressão positiva.

Com 5,7% de recuo sobre novembro de 2014, a atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo exerceu a maior influência negativa na redução do volume de vendas do varejo este mês.

O aumento de preços dos alimentos em domicílio na passagem de outubro para novembro (da ordem de 2,5%) é um dos fatores a se considerar no desempenho negativo do setor este mês, além do impacto da contínua redução da renda real.

Os índices acumulado no ano e nos últimos doze meses ficaram em: -2,4% e -2,3%, respectivamente, resultados que posicionam o setor acima da média geral do varejo.

A atividade de móveis e eletrodomésticos, com queda de 14,7% em relação a novembro de 2014, registrou a segunda maior influência negativa na taxa geral do comércio varejista. Com isso, ao registrar taxas de -13,5% no acumulado de janeiro a novembro e de -12,3% no acumulado dos últimos 12 meses, o segmento se manteve com desempenho abaixo da média do varejo.

Com uma dinâmica de vendas associada à disponibilidade de crédito, os resultados do setor, abaixo da média geral, foram influenciados principalmente pela elevação da taxa de juros nas operações de crédito às pessoas físicas entre novembro de 2015 e novembro de 2014.

O segmento de tecidos, vestuário e calçados, com recuo de 15,6% no volume de vendas sobre novembro de 2014, foi responsável pela terceira contribuição negativa à taxa global. Vale registrar que essa foi a maior queda registrada na sua série histórica.

Em termos de desempenho acumulado, os resultados foram de -8,4% no período janeiro-novembro e de -7,6% no acumulado dos últimos 12 meses. Mesmo com os preços de vestuário se posicionando abaixo do índice geral de inflação, a atividade apresenta desempenho acumulado inferior à média geral do comércio varejista.

Combustíveis e lubrificantes, com queda de 12,0% no volume de vendas em relação a novembro de 2014, representou a quarta maior contribuição negativa no resultado total do varejo.

Em termos acumulados, as taxas da atividade foram de -5,8% para os onze primeiros meses do ano e de -5,1% nos últimos 12 meses. Estes resultados, abaixo da média geral, foram influenciados pela alta de preços do principal produto que compõe a atividade, cuja variação superou a inflação.

Outros artigos de uso pessoal e doméstico, com variação de -4,8%, registra a quinta taxa negativa consecutiva. Nos indicadores acumulados, a taxa para os primeiros onze meses do ano foi de -0,3% e para os últimos 12 meses, de 0,7%.

Regiões

Na comparação com novembro de 2014, série sem ajuste sazonal, o comércio varejista registrou queda em 26 dos 27 Estados para o volume de vendas, com destaque em termos de magnitude para: Amapá, com -27,4%.

Somente Roraima (4%) apresentou aumento do volume das vendas em novembro. Quanto à participação na composição da taxa negativa do varejo, destacaram-se, pela ordem: São Paulo (-6,0%); Rio Grande do Sul (-10,9%), seguido por Paraná (-10,0%) e Santa Catarina (-11,3%).

Também no comércio varejista ampliado, todas as 27 Unidades da Federação apresentaram variações negativas na comparação com novembro do ano passado.

Em termos de volume de vendas, destacaram-se Amapá com -26,8%; Tocantins (-24,2%); Espírito Santo (-22,8%) e Goiás (-21,7%). Vale observar que os estados com maior impacto negativo foram São Paulo, com taxa de -6,9% e Rio de Janeiro (-15,1%).

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