segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Tropas sírias avançam na região de Aleppo, e drama se agrava na fronteira

Acampados em tendas improvisadas, cerca de 35 mil estão impedidos de entrar na Turquia.
Refugiados sírios estão em acampamentos improvisados na fronteira com a Turquia.

ALEPPO — Após uma semana de intensos confrontos com forças rebeldes levando dezenas de milhares de sírios a deixarem suas casas, as tropas do governo recuperaram um povoado ao norte de Aleppo, informaram autoridades e ativistas da oposição. A conquista levou os combatentes do regime mais próximos à fronteira com a Turquia, onde cerca de 35 mil pessoas estão acampadas em tendas improvidas enquanto aguardam para entrar no país vizinho, fechado pelo quinto dia seguido. Para discutir o drama humanitário, a chanceler alemã, Angela Merkel, visitou Ancara nesta segunda-feira.

O mais recente avanço do Exército ocorre no povoado de Kfeen, uma zona rural na região de Aleppo. Segundo a agência estatal de notícias “Sana”, os soldados eliminaram o último grupo de rebeldes instalados no local, que foram classificados como terroristas. A emissora de televisão do grupo Hezbollah, al-Manar, também noticiou a captura e divulgou imagens direto da vila.

A ofensiva foi apoiada pela Rússia e pelo Irã, num movimento que ameaça o futuro da insurreição rebelde. Milícias apoiadas pelo Irã tiveram um papel fundamental no solo ao mesmo tempo que caças russos intensificavam bombardeios, o que permitiu ao Exército sírio assumir o controle de importantes áreas no Norte do país pela primeira vez em mais de dois anos.

— Nossa existência está agora ameaçada, não estamos apenas perdendo terreno — disse o combatente Abdul Rahim al-Najdawi, do grupo rebelde Liwa al-Tawheed. — Eles estão avançando e nós estamos recuando porque em face a ataques aéreos tão fortes, precisamos minimizar nossas perdas.

Mas, ao passo que o regime comemora, o drama humanitário se agrava ainda mais no país há quase cinco anos imerso em uma guerra civil. As imagens na fronteira turca denunciam o desespero vivido por cerca de 35 mil sírios impedidos de entrar no país vizinho, apesar dos apelos dos líderes da UE para deixá-los atravessar.

A Turquia, que já abriga mais de 2,5 milhões de refugiados sírios, disse que sua capacidade está se esgotando e fechou a fronteira para a maioria deles. Para tentar minimizar a gravidade da situação, no domingo o governo enviou caminhões de ajuda e ambulâncias para a população.

— Em algumas partes de Aleppo o regime de Assad interrompeu o corredor norte-sul... A Turquia está sob ameaça — disse o presidente turco, Tayyip Erdogan, a repórteres em seu avião de volta de uma visita à América Latina, segundo o jornal “Hurriyet“.

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