Enigma chinês e período recorde sem jogos desafiam Dunga em convocação.

Dunga vai divulgar nesta quinta os nomes para os dois próximos jogos as Eliminatór

Técnico Dunga anuncia nesta quinta-feira a primeira lista de 2016. Todos os titulares que foram para a China e hiato de mais de quatro meses sem entrar em campo são maiores obstáculos. Às 11h desta quinta-feira, Dunga revelará os primeiros 23 convocados da seleção brasileira em 2016, para os jogos dos dias 25 de março, contra o Uruguai, em Recife, e 29, diante do Paraguai, em Assunção, ambos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 - o GloboEsporte.com acompanha ao vivo em vídeo e em tempo real diretamente da sede da CBF. 

Alguém se lembra da última partida? Da última escalação? Faz tempo... Na sexta-feira santa, a equipe voltará a campo depois de 128 dias sem atuar, desde a vitória por 3 a 0 sobre o Peru, em 17 de novembro do ano passado. O longo hiato deixa dúvidas na lista do técnico. A principal delas diz respeito ao “boom” de transferências para a China, onde agora estão, entre outros, Gil e Renato Augusto, titulares do jogo passado em Salvador.

A ideia de Dunga, por sua linha de atuação no comando da Seleção, e também pelos resultados obtidos por seu último grupo – empate em 1 a 1 com a Argentina, em Buenos Aires, e a vitória sobre os peruanos –, é manter a estrutura daquela equipe, escalada no 4-1-4-1, com variações para o 4-3-3. Alisson, Daniel Alves, Miranda, Gil e Filipe Luís; Luiz Gustavo; Elias, Renato Augusto, Willian e Douglas Costa; Neymar. Esses foram os 11 escolhidos na Fonte Nova.

Só que a ida dos dois corintianos para o futebol chinês, por quantias milionárias, cria uma dúvida. Depois da Copa América do ano passado, Dunga e sua comissão técnica passaram a ver com menos prestígio jogadores de mercados alternativos. Diego Tardelli, do chinês Shandong Luneng, e Everton Ribeiro, do árabe Al Ahli, por exemplo, sumiram. Kaká, do norte-americano Orlando City, voltou muito mais para dar exemplo do que jogar futebol. Falo a esses jogadores que vão para um mercado não considerado de primeira linha, que eles precisam ter um cuidado maior fisicamente. Eles precisam de uma preparação a parte, fazer algo diferente além do que fazem no clube. E também conversar para virem um ou dois dias antes por causa do fuso e da longa viagem – disse Dunga após o sorteio da Copa América.

A China recebeu outros candidatos a uma vaga, como Alex Teixeira, destaque do Shakhtar Donetsk nas últimas temporadas, e agora no Jiangsu Sunning, e Jadson, do Corinthians para o Tianjin Quanjian. Entre os que já foram convocados por Dunga, Ramires foi para o mesmo time de Teixeira, e Ricardo Goulart, bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro, está no Guangzhou Evergrande.

Os 128 dias de intervalo entre a vitória sobre o Peru e o clássico frente ao Uruguai podem ser aliados dos “chineses”. Com tanto tempo, Dunga admite que terá de contar com a sorte.

É um grande problema, né. Começaremos as Eliminatórias (em 2016) com dois dias para treinar, os torcedores e jornalistas têm que entender. Foram cinco meses sem contato direto. Temos um grupo de observadores, conversamos, mas temos que ter uma grande sorte. Não é sorte, mas a possibilidade de se apresentarem em boas condições físicas, sem leões. São coisas que não dependem de ninguém. E aproveitar os dias de treinos – disse o técnico.

Se nos últimos tempos houve esse distanciamento natural entre a Seleção e os holofotes, daqui pra frente a promessa é de exposição e emoção intensas. Nos próximos cinco meses, o Brasil terá as Eliminatórias, a Copa América Centenário em junho e as Olimpíadas.