terça-feira, 24 de maio de 2016

Na Câmara, Jucá diz que Temer pediu que ele ficasse.

O ministro licenciado do Planejamento Romero Jucá durante a Sessão do Congresso Nacional para análise e votação dos vetos da presidente afastada Dilma e do novo projeto orçamentário do governo Temer
PDT protocola pedido de investigação do senador no Conselho de Ética da Casa. Exonerado do Ministério do Planejamento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi à tribuna da Câmara nesta terça-feira, durante abertura da sessão do Congresso Nacional que irá votar a proposta que altera a meta fiscal do governo. Mais uma vez, Jucá afirmou que não tomou nenhuma atitude para atrapalhar a Lava-Jato e que o presidente interino Michel Temer pediu que ele ficasse, mas que ele entendeu que é melhor se afastar até que o procurador-geral da República responda o questionamento dele.

O senador reagiu à senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) , que falou de sua saída, acusando-a de fazer um discurso "irresponsável" .

— Esse assunto que a senadora Vanessa tratou aqui de forma tão irresponsável, tratarei amanhã no discurso no plenário do Senado. Estarei à disposição dos fundamentalistas, petistas, arrivistas, qualquer um que queria levantar o questionamento. A Folha deu interpretação errônea às minhas palavras. O presidente Michel pediu para eu continuar, mas entendi que o melhor seria me afastar até para evitar esse tipo de manifestação atrasada e babaca — disse Jucá.

O senador disse que a gravação da conversa com Sérgio Machado, ex-diretor da Transpetro, foi feita à sua revelia, mas que em nada difere do que ele já vinha falando. Voltou a dizer que não cometeu nenhum crime ou conduta irregular:

— Espero a manifestação do procurador. Me afastei do ministério enquanto a PGR não responder a essa questão. Estou tranquilo. Vamos debater no Senado, fórum adequado para isso. Hoje, aqui, temos que discutir a mudança de paradigma de um governo que enganava a população. Mentiu na eleição quando imputou ao Aécio, à Marina e outros o que ela faria depois, deu o golpe eleitoral da mentira nas urnas.

Assim que terminou sua fala, foram ouvidas palmas e vaias de parlamentares que estavam na sessão. A senadora Vanessa Grazziotin pediu para falar novamente por ter sido citada e se sentido agredida por Jucá. Houve mais reação de outros deputados, pedindo que os trabalhos fosse tocados. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) deu a palavra à Vanessa e logo depois repassou a sessão ao deputado Beto Mansur (PRB-SP).

Renan abriu a sessão por volta de 11h30 desta terça-feira. Antes da abertura, Jucá permaneceu em pé ao lado da cadeira da presidência e conversou com o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB). Assim que Renan chegou, Jucá sentou-se em uma das cadeiras da mesa da presidência, ao lado do senador Edison Lobão (PMDB-MA).

Antes de votar o projeto que altera a meta fiscal, deputados e senadores terão que votar 24 vetos a propostas feitos pela presidente Dilma Rousseff. Os parlamentares terão que se posicionar sobre 454 dispositivos vetos nestas 24 propostas, em um folha única de votação. Os partidos, contudo, podem destacar alguns deles para serem votados separadamente e nominalmente.

JUCÁ NO CONSELHO DE ÉTICA

O PDT protocolou nesta terça-feira denúncia contra Jucá no Conselho de Ética da Casa. O objetivo é que o colegiado se debruce sobre a gravação que levou Jucá a deixar o Ministério do Planejamento. No áudio, o senador conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e fala em um pacto com objetivo de parar a Operação Lava-Jato. Jucá responde a inquéritos no STF no âmbito da Operação.

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