terça-feira, 21 de junho de 2016

"Se alguém tinha que ter quebrado, era a Prefeitura", diz Paes sobre crise

Eduardo Paes, prefeito do Rio, disse em coletiva que a crise do Estado não tem relação com a Olimpíada (Foto: Beth Santos)

Prefeito nega influência da Olimpíada para crise do Estado e apresenta números para mostrar boa saúde financeira do município, apesar do grande investimento nos Jogos. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, convocou uma entrevista coletiva nesta terça-feira para apresentar um balanço financeiro e garantiu que o município não está sendo prejudicado pela realização da Olimpíada de 2016. Segundo ele, a situação é completamente inversa. Paes descartou qualquer relação entre os Jogos e a crise do Governo do Estado, que decretou calamidade pública na última semana.
Em sua apresentação à imprensa, ele mostrou diversos números explicando que, mesmo sendo responsável pela maior parte das obras olímpicas, a Prefeitura do Rio aumentou o seu índice de investimento na cidade e reduziu as dívidas nos últimos anos. 

- Não há qualquer relação entre a realização dos Jogos Olímpicos e a crise financeira pela qual passa o Estado. A Prefeitura foi responsável por 93,5% das instalações esportivas, tirando basicamente a energia elétrica que foi responsabilidade do Governo Federal. Se era para alguém estar quebrado aqui por causa de Olimpíada, era a Prefeitura do Rio, e não o Governo do Estado - disse Paes, em entrevista no Palácio da Cidade, em Botafogo, Zona Sul do Rio.

Outro ponto que Eduardo Paes fez questão de destacar nesta terça foi de que a participação financeira do Governo Federal nos Jogos Olímpicos foi bem menor do que muita gente pensa.

- Precisamos desmistificar esse negócio de que o Governo Federal está pagando a Olimpíada do Rio. Temos que acabar com essa falsa impressão de que o Governo Federal aportou um grande dinheiro aqui. Isso não é uma crítica. O Governo Federal foi parceiro, agradeço muito aos presidentes, mas não é verdade que sustentou a Olimpíada do Rio - afirmou Paes, que também defendeu a ajuda do presidente interino Michel Temer ao Governo Estadual.

O prefeito do Rio de Janeiro ainda assegurou que não foi procurado em nenhum momento pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), que antecipou o pagamento de cerca de R$ 100 milhões ao Comitê Rio 2016 para acelerar obras e atender a pedidos de federações esportivas internacionais. 

De acordo com os números apresentados pela Prefeitura, do orçamento de R$ 7,07 bilhões, específico para a construção de instalações esportivas, - a chamada Matriz de Responsabilidade - 60% dos recursos são oriundos da iniciativa privada. Dos R$ 2,8 bilhões que vieram dos Governos, o investimento do Estado do Rio foi de apenas R$ 7,6 milhões para a adaptação do estádio de remo da Lagoa. Portanto, segundo ele, a crise é por outros motivos. 

Incluindo a Matriz e mais o legado, o Estado investiu R$ 10 bilhões na Rio 2016, ou 31,5% do total, enquanto a Prefeitura entrou com R$ 19,31 bilhões (61%) e o Governo Federal com R$ 2,36 bilhões (7,5%).

- O Estado do Rio tem uma obra de legado, que é o metrô, e um obra esportiva, e a Prefeitura que responde por 94% das obras olímpicas não quebrou. Se alguém tinha que ter quebrado era a Prefeitura do Rio, mas não. Não usemos a Olimpíada para se justificar crise. Os números mostram que a Prefeitura vai muito bem, obrigado. Nós pagamos nossos servidores em dia, temos o maior investimento do país e um dos menores índices de endividamento, a dívida caiu nos últimos anos - afirmou o prefeito, que ainda fez uma comparação do gasto com outros setores de interesse vital da população.

- Para pararem de falar essa baboseira de que é muito dinheiro gasto com a Olimpíada, de que o Brasil tem que se preocupar com saúde, educação, e não estádio. De 2009 a 2016, os gastos da Prefeitura com educação foram de R$ 35,45 bilhões, com saúde foram de R$ 29,5 bilhões, e apenas R$ 732 milhões com estádio. O gasto com estádio foi de 1% do que se gastou com saúde e educação - comparou.

Por fim, Paes foi questionado sobre o assalto à mão armada à atleta australiana Liesl Tesch, que vai competir nas provas de vela da Paralimpíada de 2016 e foi roubada no domingo no Aterro do Flamengo.

- Lamento, acho que é inaceitável que isso aconteça. A gente sabe dos desafios que o Rio passa para melhorar a segurança. Nos Jogos vai estar melhor, mas claro que a gente gostaria que estivesse antes e depois. Tenho boa relação com o comitê olímpico da Austrália, só tenho que me desculpar em nome da cidade do Rio de Janeiro.

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