Dobradinha da Ferrari no grid de largada do GP do Barein: o jovem monegasco Charles Leclerc em primeiro e o alemão Sebastian Vettel em segundo, 294 milésimos atrás. A primeira Mercedes, do pentacampeão Lewis Hamilton, ficou na terceira posição, três décimos mais lenta que a pole, seguida pelo carro de Valtteri Bottas, o quarto, quase 0s4 atrás do líder.
O treino classificatório mostrou uma vantagem confortável para a equipe italiana. Mas o enredo será o mesmo na corrida? É a análise que o blog Voando Baixo traz para você.
Transmissão AO VIVO a corrida a partir das 12h,
Leclerc x Vettel na classificação
Comparativo das voltas rápidas de Leclerc e Vettel na classificação
Recorde extraoficial (em condições de treino) do Circuito Internacional do Barein. Primeiro monegasco a marcar uma pole position na Fórmula 1. Segundo piloto mais jovem a largar na frente em uma corrida de Fórmula 1 (com 21 anos, cinco meses e 15 dias, apenas três a mais que o mais jovem - Sebastian Vettel, 21 anos, dois meses e 11 dias, na Itália em 2008). Tudo isso apenas na sua segunda temporada na categoria e no segundo GP na Ferrari. Charles Leclerc assombrou o mundo do automobilismo com a pole do GP do Barein. Vamos entender então como ele superou Vettel na classificação de sábado.
Analisando a volta completa de ambos, fica claro que a Ferrari apostou em acertos diferentes para seus dois pilotos. Leclerc tem um carro claramente mais rápido nas retas, enquanto Vettel se dá bem nas curvas mais travadas do circuito. Foi uma desvantagem para o alemão nos treinos, mas pode ser uma boa aposta para a corrida deste domingo, para ganhar tempo no miolo e evitar ataques nas três zonas de asa móvel. Leclerc, por sua vez, se conseguir manter a liderança na largada, terá um carro rápido para abrir vantagem na frente.
É exatamente o que vemos no primeiro dos três setores do circuito. Leclerc foi 0s063 mais rápido que Vettel. O alemão ganhou apenas no trecho lento das curvas 1, 2 e 3. Nas retas, o monegasco abriu uma boa vantagem. No segundo setor, mais 0s123 a favor de Leclerc. De novo Vettel andou bem nos pedaços sinuosos: curvas 7, 8, 9, 10 e na freada para a 11. Entretanto, nas zonas de aceleração, o monegasco e seu carro conseguiram um rendimento muito melhor.
No último setor, com uma curva lenta e duas mais rápidas, Leclerc sobrou de novo: 0s108 à frente. Vettel só levou vantagem no contorno da 13, mais travada, e viu o companheiro sumir nas retas. A diferença total das voltas dos dois primeiros colocados do grid ficou em 0s294 (LEC 1m27s866 x VET 1m28s160). Assista abaixo a um comparativo das melhores voltas de Leclerc e Vettel no treino do Barein:
Comparação das voltas de Leclerc e Vettel no treino classificatório no Barein
Estratégias para a corrida
Com o alto desgaste dos pneus no asfalto abrasivo do Circuito Internacional do Barein, dificilmente algum dos ponteiros vai conseguir fazer apenas uma parada nos boxes. De acordo com as simulações de corrida das equipes no segundo treino livre da sexta-feira, realizado no mesmo horário da largada (18h locais, 12h de Brasília), a melhor estratégia é fazer duas paradas, usando um jogo de macios e dois de médios. Com um trecho de duros na parte final, já com o asfalto bem mais fresco, os pilotos devem perder 5s1 ao longo da corrida.
Possibilidades de estratégia para o GP do Barein
Ainda com os dados dos treinos livres de sexta-feira, os pneus médios conseguiram apresentar uma demora maior na perda de desempenho. Eles conseguem manter um bom nível de desgaste, sem quedas, por dez voltas, duas acima dos macios e algumas à frente dos duros. Em compensação, os duros têm uma perda mais gradativa, principalmente no fim da corrida, com o tanque de combustível mais vazio.
Estimativa de queda do desempenho dos pneus nos trechos longos na corrida.
Entretanto, a Pirelli, fornecedora oficial de pneus da Fórmula 1, acredita que uma estratégia de apenas uma parada, saindo com os médios e terminando com os duros, possa ser ainda mais rápida. Só que nove dos dez primeiros do grid terão de sair com os macios (Romain Grosjean, da Haas, foi punido e caiu para 11º: Daniel Ricciardo, da Renault, foi promovido a décimo e poderá escolher o composto para a largada).
A Pirelli, então, dá opção de usar os macios por 15 voltas e tentar os duros na sequência. Outra possibilidade é fazer dois pit stops e usar dois jogos de médios - ambos por 21 voltas. O gráfico abaixo mostra as sugestões de estratégia elaboradas pela Pirelli com base nos pneus.
Sugestões da Pirelli para a estratégia de pneus
Cenário dos pit stops para a corrida
Este gráfico traz detalhes interessantes. Dos dez primeiros, o único piloto com um jogo novo de pneus macios é Lewis Hamilton. Todos os outros têm apenas médios e duros novos. Ou seja, o inglês pode tentar uma estratégia ainda mais agressiva, com dois trechos de macios.
Pneus disponíveis para a corrida e perda de tempo no pit lane
Outro detalhe legal é que a perda de tempo com a entrada e a saída dos boxes no Barein é mínima: apenas 21 segundos. Em caso de safety carou safety car virtual, a perda cai para 14 segundos. Outro aspecto convidativo a uma estratégia de duas paradas na corrida.
Comparativo do ritmo de corrida
O segundo treino livre da sexta-feira, normalmente, é onde as equipes avaliam o ritmo de corrida de seus carros. No caso de um GP como o do Barein, por exemplo, que começa ao pôr do sol e termina à noite. esta sessão ganha muita importância. Condições similares às da corrida deste domingo, com a temperatura do asfalto bem mais baixa.
E se a Ferrari foi muito rápida em condições de classificação com seus dois pilotos, na corrida a situação pode mudar. Nos chamados long runs, a Mercedes foi meio segundo mais rápida que a Ferrari. A equipe italiana, de acordo com os tempos das simulações de corrida, estaria no mesmo ritmo da RBR, meio segundo atrás das flechas de prata.
O desgaste dos pneus é outro tema importante. De acordo com os dados da sexta-feira, o pneu macio perde 0s19 a cada volta, enquanto o médio fica 0s13 mais lento e o duro, 0s12. As simulações dão muitas informações, mas a realidade, normalmente, costuma surpreender.
Comparativo das simulações de corrida e a previsão do tempo
Com a corrida no meio do deserto de Sakhir, a chance de chuva é de 0%, de acordo com o serviço oficial da Fórmula 1. Clima seco, temperatura relativamente alta (27ºC), mas asfalto frio. Sem a incidência do sol, o calor não deve ser um fator predominante para o desgaste dos pneus.
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