sexta-feira, 1 de março de 2019

POLÍTICA: Moro revoga nomeação de Ilona Szabó para conselho após 'repercussão negativa'

O ministro da Justiça, Sérgio Moro — Foto: Isaac Amorim/MJSP
O Ministério da Justiça divulgou uma nota nesta quinta-feira (28) na qual informou que o ministro Sérgio Moro decidiu revogar a nomeação de Ilona Szabó para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
Na nota, o ministério informou que a revogação foi provocada por "repercussão negativa em alguns segmentos" da sociedade (leia a íntegra ao final desta reportagem).

Como noticiou o jornal "O Globo", a nomeação de Ilona para o conselho, como suplente, fez com que Moro fosse criticado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.

Cientista política, Ilona Szabó tem mestrado em estudos de conflito e paz pela Universidade de Uppsala (Suécia) e é especialista em redução da violência e política de drogas.

Fundadora do Instituto Igarapé, que se dedica a estudar e a elaborar propostas de políticas públicas para a redução da violência, Ilona Szabó atuou na ONG Viva Rio e foi uma das coordenadoras da campanha nacional de desarmamento.

Em nota divulgada após a revogação da nomeação, Ilona Szabó afirmou que "ganha a polarização" e que "a pluralidade é derrotada".

Ela disse lamentar não poder assumir o mandato "devido à ação extremada de grupos minoritários" e afirmou que continuará aberta a contribuir com "interlocutores comprometidos com políticas públicas baseadas em evidências".

Leia a nota divulgada por Ilona Szabó:

Ganha a polarização. A pluralidade é derrotada.

Agradeço o convite do Ministro Sergio Moro para compor o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), e lamento não poder assumir o mandato devido à ação extremada de grupos minoritários. O país precisa superar a intolerância para atingir nossos objetivos comuns na construção de um país mais justo e seguro.

O Instituto Igarapé desde sua fundação trabalha de forma independente e em parceria com as instituições de segurança pública e justiça criminal no Brasil e em diversos países do mundo. Continuaremos abertos a contribuir com interlocutores comprometidos com políticas públicas baseadas em evidências. O Brasil, mais que nunca, precisa do diálogo democrático, respeitoso e plural.

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